(ATUALIZAMOS ESSA PUBLICAÇÃO EM 25/04/2016 COM ASPECTOS LEGAIS DOS CÓDIGOS DE BARRAS)

Começar a usar o código de barras numa pequena empresa pode parecer desafiador e um pouco caro para pequenos empreendedores.

Entretanto, a facilidade do uso do código de barras é imensa, pois além de ter um melhor controle do seu estoque, você pode saber qual o produto tem mais saída e, portanto, ter mais inteligência no seu negócio.

Se você está procurando utilizar o código de barras na sua empresa, este artigo vai lhe tirar algumas dúvidas de como obtê-lo, como os códigos de barras funcionam e como usá-los de forma prática e fácil.

O que você vai aprender?

  • O que são e para que servem os códigos de barras
  • Breve histórico do código de barras
  • Tipos de códigos de barras mais comuns
  • O que os números no código de barras significam
  • Quais as formas de obter o código de barras
  • Alternativas para compras de códigos de barras
  • Aspectos legais dos códigos de barras

O que são e para que servem os códigos de barras?

Os números que você vê atrás dos produtos geralmente com um fundo branco e barras pretas são os códigos de barras, também chamados de códigos UPC e EAN (os mais comuns).

Todo produto possui um número de código de barras único, portanto, se você tem uma massa de macarrão com 500g e outra massa da mesma marca com 200g, ambos precisam de um número de código de barras. Assim, para cada sabor, cor ou variação diferente do produto que pretende vender, você precisa de um número de código de barras único.

Os códigos de barras foram criados para facilitar a integração entre produtos, mercadorias, caixas, etc. com o estoque. Antigamente havia um grande problema com filas enormes em caixas e falta de controle dos estoques dos produtos. O código de barras surgiu como solução para isso.

Em 2006, a GS1 criou um modelo oficial para padronizar os processos de identificação de produtos e gestão comercial. Esse padrão é um código de barras linear alfanumérico que é utilizado em mais de 140 países. Ele permite que um grande número de informações sobre um produto seja colocado em um pequeno espaço disponível.

Cada linha preta que você vê no código de barras representa um número 1, e o espaço branco um 0. As 2 barras finas e mais compridas que ficam tanto no início quanto no fim do código sinalizam o início e o fim do código do produto. Elas facilitam a leitura do código de barras pelo scanner.

O sistema de código de barras GS1 é utilizado no mundo todo. Se você quer aumentar a produtividade, reduzir custos, aumentar o controle do estoque e diminuir as filas do caixa da sua empresa, então você precisa de um código de barras.

Histórico

Grandes supermercados e empresas que precisavam estocar seus produtos, sempre tiveram um enorme problema em gerenciar seu estoque e contabilidade. Para se ter uma ideia, alguns deles fechavam até 3 dias seguidos apenas para fazer o balanço, sem contar no amontoado de papel para fazer o controle.

Os funcionários tinham que analisar item por item manualmente. Para tomar decisões de compra, os gestores tinham que esperar esses dados. Muitas vezes, a única forma de controle era ver que o produto estava faltando na prateleira.

Em meados da década de 70, um grupo de executivos do setor de supermercados decidiu que precisava de algum símbolo ou representação numérica que pudesse ser escaneado para aumentar a velocidade na fila dos caixas. Eles fizeram algumas especificações e pediram a algumas empresas (entre elas a IBM) uma solução.

George Laurer, que trabalhava na IBM, ficou à frente do projeto e criou o código de barras retangular que conhecemos hoje, também chamado de Universal Product Code (UPC).

(Créditos para Bill Selmeier da idhistory.com)

O primeiro código de barras lido por um scanner foi o de uma caixa de chicletes em 1974.

No Brasil, o código de barras só entrou em vigor em 1984.

Tipos de códigos de barras mais comuns

Se você é um empreendedor de pequeno ou médio porte, você deve conhecer os códigos de barras mais comuns do Brasil e para que cada um deles serve. Seguem abaixo estão alguns exemplos.

Código UPC-A

Os códigos de barras UPC-A (Universal Product Code ou Código Universal de Produto) são usados no varejo, assim como o EAN-13, mas são mais utilizados no Canadá e nos Estados Unidos.

Ele contém 11 dígitos de dados e um de verificação, portanto têm 12 dígitos.

Significado dos números

O primeiro dígito representa o tipo de produto sendo identificado. Os 5 dígitos seguintes são o código do fabricante e os 5 dígitos logo após identificam um produto específico. O último dígito é o de verificação.

Vantagens do código UPC-A

  • Capacidade de leitura ótica em todas as direções
  • O mais utilizado juntamente com o EAN-13
  • Suporte de dados rápido e eficiente para leituras óticas de grande volume, como caixas de supermercado.

Código UPC-E

O código de barras UPC-E também é utilizado no varejo. Ele é chamado de formato de UPC de “zero suprimido”, pois compacta o código UPC-A de 12 dígitos. Ele suprime o dígito de sistema numérico, os dígitos finais no código de fabricante e os zeros iniciais na parte de identificação de produto no código.

Código EAN-13

Esse é o código de barras mais comum utilizado para comercialização dos produtos de varejo no Brasil e, portanto, o mais utilizado por pequenas empresas e empreendedores.

Hoje em dia, a maioria das lojas virtuais e físicas ao redor do mundo aceita tanto os códigos de barras UPC quanto EAN. Apenas sistemas realmente muito arcaicos aceitam somente um dos dois. No Brasil, a grande maioria aceita ambos códigos.

O sistema EAN-13 (European Article Numbering) é uma versão europeia do código UPC-A (Universal Product Code). A diferença é que o EAN-13 codifica o 13º dígito no padrão de paridade dos seis dígitos da esquerda de um símbolo UPC-A. O 13º dígito, combinado com o 12º, representa o código de um país.

Significado dos números

O EAN-13 contém os dados de identificação do país (789 na imagem acima), nome da empresa fabricante do produto, número de identificação do produto e um dígito verificador.

Vantagens do código de barras EAN-13

  • Capacidade de leitura ótica em todas as direções
  • O mais utilizado juntamente com o UPC-A
  • Suporte de dados rápido e eficiente para leituras óticas de grande volume, como caixas de supermercado.

Código ITF-14 ou DUN-14

Ele é usado pela maioria dos varejistas na identificação de unidades logísticas, caixas ou agrupamentos padronizados de produtos. Também é chamado de SCC-14, GTIN-14 e Código de Unidade de Distribuição.

Este modelo de código de barras não pode ser utilizado para produtos únicos. Ele foi desenvolvido para atender grandes comércios de varejo para ajudar o comerciante a controlar a sua mercadoria.

Ele contém 14 dígitos e é geralmente colocado na parte exterior da caixa ou do palete, o que permite que as caixas sejam digitalizadas de uma distância maior.

Vantagens do código ITF-14

  • Pode ser utilizado independente do produto que é fabricado.
  • Maior controle de custos.
  • Atende melhor a solicitação dos comerciantes.
  • Identifica ao distribuidor quantas unidades de produto deram entrada no depósito.

Código GS1-128

O código GS1-128 é utilizado para codificação de informações de rastreabilidade complementares ao código do produto (GTIN), como por exemplo, número de lote, data de validade e data de produção. Quando se trata de logística, este é o código mais utilizado.

Nos últimos anos, o código GS1-128 assumiu grande importância, pois há uma grande demanda crescente de rastreabilidade mais rigorosa dos produtos.

Significado dos números

Os dois primeiros dígitos 00 se referem ao identificador da aplicação e à estrutura de dados que vai se seguir.

O dígito de extensão 0, que vem logo após o identificador da aplicação 00, não possui uma lógica definida e é usado apenas para aumentar a capacidade do serial de referência.

Os 7-10 dígitos após o dígito de extensão se referem ao prefixo da empresa GS1.

Segue o número de série, que pode ter de 6 a 9 números a depender do tamanho do prefixo da empresa GS1. Caso o número de série possua 6 números, o prefixo da empresa GS1 vai possuir 10. Se o Número de série possuir 7 dígitos, o prefixo da empresa GS1 vai possuir 9 números, e assim por diante.

O dígito de verificação é o último número, calculado usando o algoritmo de módulo 10.

Vantagens do código GS1-128:

  • Flexivelmente configurável
  • Adaptável a muitas necessidades diferentes
  • Pode ser lido com leitores óticos a laser.

Como obter códigos de barras?

Primeiro, você deve determinar que tipos de código de barras você quer (EAN-13, UPC-A, ITF-14, etc.).

A GS1 emite e certifica códigos de barras. Entretanto, os custos podem ficar um pouco altos para pequenas empresas e empreendedores, pois deve-se pagar uma taxa anual recorrente pelo uso do código de barras. As taxas são calculadas a depender da receita e quantidade de produtos únicos vendidos pelo fabricante.

Alternativas para compra de códigos de barras

Há, entretanto, alternativas mais baratas para comprar código de barras junto a um revendedor caso você precise de poucos códigos de barras ou de códigos de barras únicos, que é o caso da maioria dos varejistas que utilizam códigos de barras.

Você pode achar revendedores ao procurá-los na Internet, mas só aceite os códigos de barras que foram adquiridos pelos revendedores junto à GS1 ou códigos de barras EAN autênticos, pois isso garante que o código é único no mundo, nunca foi utilizado anteriormente e nunca será utilizado posteriormente.

Devo pagar pelo meu código de barras ou gerar aleatoriamente?

Para ter certeza que seu código de barras é único e só pertence a você, você deve comprá-lo.

Muitos varejistas usam códigos de barras gerados aleatoriamente sem saber que isso pode vir a prejudicá-los no futuro. Portanto, compre seus códigos e fique tranquilo.

Aspectos legais dos códigos de barras

Como algumas pessoas ficaram na dúvida e pediram nos comentários a legislação dos códigos de barras, resolvemos dar uma estudada e tirar algumas dúvidas.

É necessário o registro de código de barras junto à GS1?

Esta pergunta foi um pouco mais fácil de responder visto que a resposta está no próprio site da GS1.

Nessa resposta, vemos claramente que pelo ajuste SINIEF, não há a obrigatoriedade de registro dos códigos de barras junto à GS1. Aliás, o ajuste não informa que o código deve ser comprado na GS1 ou que deva começar com os números 789 ou 790, que a própria GS1 separou para o Brasil.

Isso significa que o governo brasileiro não deixou tudo nas mãos de apenas uma entidade sem fins lucrativos, mas com preços um pouco salgados para pequenos empreendedores. O governo preferiu a livre concorrência.

Se dermos uma pequena olhada no Decreto nº 90.595, o Brasil adotou o padrão Internacional EAN como sendo o correto. Mas em nenhum momento se diz que os códigos de barras devem começar com uma numeração 789 ou qualquer outra.

Seguem alguns links para quem quer se informar mais sobre o assunto:

Portanto, não há obrigatoriedade de registro junto à GS1. Ademais, códigos de barras EAN autênticos comercializados de terceiros (emitidos pela GS1) podem ser comprados sem nenhum problema.

Conclusão

À primeira vista, os códigos de barras parecem um pouco complicados, porém após a leitura deste post, esperamos que você tenha uma ideia mais clara sobre o funcionamento de todas as variantes de códigos de barras.

Gostou do artigo sobre código de barras e tem algo a dizer? Deixe um comentário abaixo!


Autor: Jeferson Carlos

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